quarta-feira, 31 de março de 2010

Faço-me essa pergunta todas as horas. Será que é certo eu deixar tudo o que vivemos pra trás, e seguir por outro caminho? É errado eu ainda correr atrás de alguém que só ta me fazendo sofrer agora, mas que já me fez a garota mais feliz do mundo? Eu não sei. Já procurei a resposta pra essa pergunta muitas vezes. Mas parece que ela não existe. Errar é humano, eu sei. Mas será que sou tão humana a ponto de errar novamente? E o fazer sofrer pelas mesmas coisas? Ainda não sei se é o certo a se fazer. Talvez agora eu esteja tomando uma decisão precipitada. Mesmo parecendo ser a certa, me deixa um pouco aflita.
Não é fácil pra alguém como eu, abrir mão do melhor companheiro de todos. Só que eu amo tanto ele que prefiro sofrer sozinha, chorando quieta no meu quarto, e ver que longe de mim ele seria muito mais feliz. E é por isso que eu estou pensando coisas assim.
Pode parecer bobagem, eu sei. Ainda tenho muito que viver, e aprender. Mas de todas as experiências que eu ainda vou ter, com toda certeza amar e ser amada do jeito que eu fui, com certeza nunca mais terei. Eu descobri o que é o amor, entendi o que é a saudade, senti qual a verdadeira falta de um abraço. Parece que o pra sempre, sempre acaba, como dizia Cássia Eller.
Bom, agora serei uma nova garota. Talvez ainda acredite que os sonhos são importantes, e talvez ainda possua alguns aqui dentro de mim. Mas parece que aquela garota que viajava nos pensamentos antes de dormir morreu dentro de mim. Aqui não existe mais conto de fadas. Aqui não tem mais príncipes encantados.
Não sei como será daqui pra frente. Vou conhecer pessoas novas, me relacionar outra vez, me apaixonar de novo, eu sei. Mas talvez nenhum outro consiga me fazer dizer o quanto o amo, como ele fazia.

domingo, 28 de março de 2010

A unica coisa que sei ....


Hoje eu descobri que tudo dentro de mim ainda não acabou. Sim, é verdade que eu prometi pra mim mesma que nunca mais ia escrever alguma coisa sobre você, ou pra você. Mas ainda não consegui esquecer aquele que um dia eu chamei de príncipe e de minha vida. Sempre achei que seria fácil, continuar a vida, seguir em frente, e esquecer aquele antigo amor. Muitos dizem ‘nada melhor do que um novo amor pra esquecer o antigo’... Mas, quem falou em esquecer o antigo amor? A única coisa que eu quero é ser feliz novamente.
Viver sem aquela velha rotina e sem todos aqueles mimos não é fácil também. Mas toda rotina pode ser refeita. E é isso que eu quero no momento. Tentei, com aquele ultimo email, ser só sua amiga, não perder contato... E pareceu que a gente podia se dar bem. Seriamos ótimos amigos, talvez inseparáveis. Não sei se atrapalhei a sua vida, e muito menos se atrapalhei a minha. Sim, me arrependo de algumas coisas, e você sabe muito bem de quais são. Só que eu nunca vou me arrepender de um dia ter conhecido você...
Mesmo tendo matado você dentro de mim, e te enterrado no buraco mais fundo junto com todos os caquinhos do meu coração, e algumas lagrimas derramadas, você reviveu das cinzas. Como uma fênix. Só que eu já tinha aprendido a viver sem a sua presença, sem os seus carinhos. Ou melhor, tinha percebido que outra pessoa poderia me dar carinho também. Percebi que podia me apaixonar, e ser feliz. Talvez viver um novo conto de fada, não sei.
A única coisa que eu sei, é que se não tivesse te conhecido, se não tivesse me enfiado na sua vida, ela estaria muito melhor agora. Talvez você não fosse assim tão orgulhoso. Pelo menos seu coração ainda estaria inteiro, pronto pra amar sem medo. Talvez um dia ainda nos encontremos por ai. E talvez quando isso acontecer possamos viver aquele nosso grande amor. Mas por hoje, que ele fique só na lembrança perfeita aqui dentro da minha mente.

quinta-feira, 11 de março de 2010

não tente me entender

"Foi-se o tempo em que falar com você me deixava nervosa, foi sem nem sequer despedir-se. Se eu sinto saudades? Nem de longe, o que eu sinto tem outro nome. Confesso que chega a ser estranho, eu não entendia como fazer para suportar a dor de ver tanto sofrimento desfilar na minha frente, mas o tempo nos ensina cada coisa, lições inesquecíveis. Sim, eu ainda lembro principalmente das lágrimas, mas vamos deixá-las no passado, onde elas e você estão e vão permanecer.
Hoje eu queria falar que pensei em você, sim é verdade. Dia desses eu te vi, pra ser sincera me deu vontade de ficar te olhando, mas era somente para entender o porquê de tanto choro derramado. Não te olhei por mais de 3 segundos e nem busquei entender o passado.
Você até tenta ser simpático, mas me pergunto por que tantos sorrisos nos quais eu não consigo acreditar, às vezes poderia ser cômico se não fosse trágico, se fosse real. Não busque motivos para me dar oi, não tente me entender, pois eu não caio mais nesse papo de bom moço."

quarta-feira, 10 de março de 2010

Eterno


- É verdade que os amores eternos nunca morrem?
- É. Ou não seriam eternos.
- Mesmo que a pessoa esteja longe de você?
- Mesmo que a pessoa esteja longe de você ela estará mais perto do que você pensa.
- E como sabemos que aquele amor é eterno?
- Não sabemos. Até um dia.
- O dia em que ele vai embora?
- É. O dia em que ele vai embora, mas nunca parte.

Fábio Fabretti


sexta-feira, 5 de março de 2010

Lição

Não entrei nessa achando que seria dessa forma, não. Minha visão era outra, era ampla, mas era bonita. Não entrei nessa pensando que daria errado, não. Minha esperança era meu guia, não uma experiência, ou uma mentira.

 
Não dei o primeiro beijo imaginando que um dia você me pediria o último. Não olhei pra você de uma maneira diferente pra um dia não querer encontrar você na rua. Não te ofereci abraços apertados pra suprir um futuro afastado. Não quis ficar junto de você pra depois ficarmos separados. Não sorri ao seu lado pra dizer que eu estava bem, ao seu lado eu sorria porque você me fazia bem.  E eu não entrei nessa achando que seria fácil, não. Mas ser difícil é uma coisa, a outra coisa tem outro nome: decepção.

Sonhei do início ao fim, não quis abrir os olhos pra realidade. Talvez porque minha inocência não pôde sentir na pele, mesmo minha carência sendo forte. Eu não quis ver a verdade, mas ela apareceu, quando eu ainda procurava um suporte.
 E você estava o tempo todo certo, eu realmente não consigo enxergar a maldade, por mais insinuante e gritante que ela seja, se mostrando na minha frente. Não consigo, porque muita coisa nessa vida não me deixa explicação. Como algo que você nunca faria, e quando fazem contigo você fica sem chão, sem reação, só esperando a ficha cair. E pra ficha cair, basta um sopro... um sopro que mostra o quão tudo foi em vão.

Hoje essa “fraqueza” pode me fazer chorar, com perguntas que talvez eu nunca tenha respostas, mas com ela aprendo em dobro.


E não entrei nessa achando que um dia falaria isso, mas obrigada por essa lição.

terça-feira, 2 de março de 2010

A separação ...

Nada melhor que ler Martha Medeiros em plena sexta-feira, , num silêncio confortante e apropriado. E foi nesse cenário que tive o imenso prazer em ler essa crônica belíssima que, coincidentemente, tem muito a ver comigo. Estou aqui pra dividi-la e dizer: Vitor, você foi um anjo que trouxe esse livro a mim rs. Te amo, amigo!



É sabida a dor que advém de qualquer separação, ainda mais da separação de duas pessoas que se amaram muito e que acreditaram um dia na eternidade deste sentimento. A dor-de-cotovelo corrói milhares de corações de segunda a domingo — principalmente aos domingos, quando quase nada nos distrai de nós mesmos — e a maioria das lágrimas que escorrem é de saudade e de vontade de rebobinar os dias, viver de novo as alegrias perdidas.



Acostumada com esta visão dramática da ruptura, foi com surpresa e encantamento que li uma descrição de separação que veio ao encontro do que penso sobre o assunto, e que é uma avaliação mais confortante, ao menos para aqueles que não se contentam em reprisar comportamentos padrões. Está no livro Nas tuas mãos, da portuguesa Inês Pedrosa.



“Provavelmente só se separam os que levam a infecção do outro até aos limites da autenticidade, os que têm coragem de se olhar nos olhos e descobrir que o amor de ontem merece mais do que o conforto dos hábitos e o conformismo da complementaridade.”



Ela continua:


“A separação pode ser o ato de absoluta e radical união, a ligação para a eternidade de dois seres que um dia se amaram demasiado para poderem amar-se de outra maneira, pequena e mansa, quase vegetal.”



Calou fundo em mim esta declaração, porque sempre considerei que a separação de duas pessoas precisa acontecer antes do esfacelamento do amor, antes de se iniciarem as brigas, antes da falta de respeito assumir o comando. É tão difícil a decisão de separar que vamos protelando, protelando, e nesta passagem de tempo se perdem as recordações mais belas e intensas. A mágoa vai ganhando espaço, uma mágoa que nem é pelo outro, mas por si mesmo, a mágoa de se reconhecer covarde. E então as discussões se intensificam e quando a separação vem, não há mais onde se segurar, o casal não tem mais vontade de se ver, de conversar, quer distância absoluta, e aí se configura o desastre: a sensação de que nada valeu. Esquece-se o que houve de bom entre os dois.

 
Se o que foi bom ainda está fresquinho na memória afetiva, é mais fácil transformar o casamento numa outra relação de amor, numa relação de afastamento parcial, não total. Se os dois percebem que estão caminhando para o fim, mas ainda não chegaram no momento crítico — o de se tornarem insuportavelmente amargos —, talvez seja uma boa alternativa terminar antes de um confronto agressivo. Ganha-se tempo para reestruturar a vida e ainda se preserva a amizade e o carinho daquele que foi tão importante. Foi, não. Ainda é.


“Só nós dois sabemos que não se trata de sucesso ou fracasso. Só nós dois sabemos que o que se sente não se trata — e é em nome deste intratável que um dia nos fez estremecer que agora nos separamos. Para lá da dilaceração dos dias, dos livros, discos e filmes que nos coloriram a vida, encontramo-nos agora juntos na violência do sofrimento, na ausência um do outro como já não nos lembrávamos de ter estado em presença. É uma forma de amor inviável, que, por isso mesmo, não tem fim.”



É um livro lindo que fala sobre o amor eterno em suas mais variadas formas. Um alento para aqueles — poucos — que respeitam muito mais os sentimentos do que as convenções.